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Mostrando postagens de janeiro, 2014

Para a posteridade

Se meus desejos adolescentes tivessem se realizado, hoje estaria casada, filho(a). Talvez em dois anos, você já estivesse a caminho. O desejo não se realizou - adolescentes não sabem mesmo de nada - e, por enquanto, não tenho planos para sua vinda.  Confesso que, no momento, nem me sinto preparada para algo assim. Porém, esse dia chegará e resolvi deixar pronto um discurso do que acho, hoje, importante lhe passar. Minha memória não está mais tão boa agora, quiçá daqui há alguns anos.  Enfim, melhor já deixar registrado. Querido(a) e amado(a) filho(a),  1. Não adianta chorar, espernear, fazer escândalo. Se eu não puder ou achar que não devo te comprar alguma futilidade, não comprarei. Pais são feitos para educar, parentes e amigos para estragar. Por isso, estrago os filhos das minhas amigas, mas irei me conter com você. Não posso criar um(a) mimadinho(a) que ninguém aguente.  De coração partido, negarei.  É para o seu bem. Confie; 2. Espero que você me fale se su

Encanto

Tenho guardado na memória lembranças dos amores que tive ao longo da vida. Recordo-me com saudosismo do início sempre tão prazeroso. Dos planos. Da certeza de que, finalmente, tinha encontrado alguém que tanto parecia comigo. Passei por isso uma, duas, três vezes. Ou mais. E, relembrando tantos momentos, posso afirmar, honestamente, que não me entristeço por todos esses amores terem passado. Parafraseando Vinicius de Moraes, acredito mesmo que relacionamentos devem ser infinitos enquanto durarem. Infinitos d e amor. De carinho. De parceria. De respeito. De confiança. De lealdade. De amizade.  Há quem diga -  minha mãe  - que sou uma pessoa que não sabe perdoar. Relevar.  Discordo. Definitivamente, não é esse o mal que me acomete. Sofro de algo que não tem nome, mas que apelidei de "síndrome do não me conformo". Não aceito perder qualquer coisa que tinha no início. Só isso.  E não é algo que eu possa ou consiga controlar. Simplesmente, não consigo evitar o

Eu e essa minha mania de ser do avesso

Lembro da primeira vez que me deram flores. Talvez eu seja do avesso, porque nunca gostei de ganhá-las. Sou distraída e esqueço de lhes dar a atenção necessária para o mínimo de dias de sobrevivência. Uma outra vez, plantaram-me flores. No quintal de casa. Eram girassóis. Dessa vez, eu gostei. Não pelas flores. Nem lembro quanto duraram. Não lembro de tê-las apreciado nos dias que sucederam o florescer. Fiquei encantada pelo resto. Pelo gesto. Pelo tempo perdido na execução da surpresa. Pela paciência da espera. Pela criatividade.  O que me arrancou suspiros foi saber que aquilo foi pensado, especialmente, para mim. Por notarem minhas peculiaridades e reconhecerem que não pertenço ao senso comum. Mas, na dúvida,  deem-me cartões. Eu sempre gostei deles. Sou a favor da comercialização de mais cartões em branco. São difíceis de achar. E os que vem escritos são sempre impessoais, com desejos genéricos.  Quem recebe um cartão meu, definitivamente, é merecedor de desejos genuínos.