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Mostrando postagens de fevereiro, 2016

Uma estranha no ninho

Desiludida, descrente, desajustada. Inquieta e incompreensível com a modernidade líquida, onde as relações são rasas e efêmeras, descartáveis e artificiais. Tudo dura tão pouco, que o que era já não é mais, num simples piscar de olhos ou estalar de dedos. O amor transborda nas redes sociais, mas no peito o nível está bem abaixo do volume morto. Conquistar mil amigos é tarefa fácil. No Facebook. Árduo é ter alguém que pare o que está fazendo para oferecer um  ombro de carne e osso, um conselho, um elogio gratuito. As pessoas não têm mais tempo para sentimentalismo. Somos tão ansiosos com o futuro que esquecemos de desfrutar  intensamente o presente. Tornamo-nos especialistas em ser práticos. E desinteressantes. E desinteressados.  Reparem em como nunca recebemos tantas mensagens carinhosas de aniversário, mas também em como nunca nos vimos envolvidos em tão poucos abraços. O mundo tem sido um lugar estranho para "ser". "Estar" é o termo da moda.