"Chego a chorar, manso de tristeza.
Depois levanto e de novo recomeço"
Clarice Lispector
Mais um ponto final foi colocado em minha vida.
Um entre tantos.
Engraçado, dessa vez eu achei mesmo que podia dar certo.
Parecia que você tinha me enxergado, não só me visto passar.
Por um instante achei que aquilo era real, que para alguém no mundo eu não era mais uma na multidão.
Porque não sou.
Você quis saber do meu dia, do meu estado de espírito, dos meus problemas.
Perguntou sobre meus anseios, meus desejos, meus planos.
Você perguntou se eu queria filhos. Quantos? Um? Dois?
Disse que precisava saber se tínhamos as mesmas perspectivas.
E assim, mais uma vez, meu coração se esperançou.
Eu abri espaço na minha agenda e na minha vida para você.
Te dei minha confiança e acesso irrestrito ao que tenho de mais valioso.
Mania estranha essa minha de abrir as portas do meu coração sem defesa.
Mesmo já tenho sofrido tanto, continuo esquecendo de usar o colete à prova de balas que mantém meu coração em segurança.
Abro o peito, mostro a alma, me entrego.
Sou assim.
Choro. Sofro. Porém, não me arrependo.
Espero a ferida cicatrizar.
Coloco um ponto, que é final e, ao mesmo tempo, recomeço.
Na outra linha.
Parágrafo.
É tempo de tentar de novo.
É hora de viver uma nova história.
By Milena Pelinson
A nossa sorte é sempre ter o ponto final e a outra linha para começar um novo texto!
ResponderExcluirMais uma vez amei!