Estava lendo um texto de um escritor que eu adoro e, pela primeira vez, a cada linha, minha decepção aumentava. Resumidamente, falava sobre traição e como a terceira pessoa era sempre julgada a culpada pelo ocorrido e que isso devia acabar porque quem está na relação é que deve ser fiel e ter consideração. Já tem algum tempo que venho ensaiando escrever sobre isso e a leitura me animou. Vivemos tempos líquidos, onde tudo é descartável, substituível.
É um momento de egoísmo, de olharmos para nosso próprio umbigo e tomarmos decisões que nos tragam, mesmo que por apenas alguns instantes, a sensação de felicidade.
Eu, eu e eu. É só isso que enxergamos. É só isso que importa.
Em uma época assim, um sentimento chamado empatia não consegue florescer.
Empatia é possuir a 'qualidade' de se colocar no lugar do outro.
É se conectar de alguma forma com outra pessoa, independente de afinidades, para sentir e se solidarizar com o que ela sente.
Empatia é compreensão.
No tema em questão, é abrir mão de satisfazer um desejo, um "capricho" porque isso pode afetar outro ser humano que, mesmo que não conheçamos, dispõe dos mesmos sentimentos e emoções.
De fato, a terceira pessoa não tem compromisso.
De fato, não é ela quem está traindo.
De fato, ela não deve nada para nenhuma das pessoas que estão no relacionamento.
Mas ela deve pra si própria, não?
Longe de querer julgar, só querendo mesmo entender, como fica a consciência de alguém que se propõe a tal papel?
Fico na expectativa para que, assim como a moda que vai e vem, a empatia volte a ser cool também, mas na pior das hipóteses, poderíamos seguir a premissa "não faça com o outro o que você não quer que seja feito com você".
Já seria um ótimo começo.
By Milena Pelinson
Milena, estava discutindo exatamente isso com um amigo, penso o mesmo!
ResponderExcluirUma curiosidade vc é de sagitário ?
Oi, Ana!
ExcluirQue bom que concordamos.
Sou sim!