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Devaneios sobre o amor


Eu já vi o amor com vários olhos, inclusive com os da indiferença.
Já trocamos beijos e abraços, carinhos e afagos. Já brigamos e já fizemos as pazes.
Muitas vezes o confundi com outras coisas: carência, paixão, desejo, fome.
Já achei que amor sem borboletas no estômago não valia a pena.
E já pensei que amar por dois podia funcionar.
Já acreditei em amor à primeira vista, em destino, em alma gêmea.
Já amei quem não merecia meus esforços e já fui amada sem ter mérito.
Hoje, tenho uma visão mais realista/racional do amor, o que não diminui seu valor.
É que o amor tem, sim, diversas faces e formas.
Cada tipo ou pessoa nos toca de algum jeito, nos transformando, melhorando.
O amor para mim pode ser diferente do que é para você.
Amor pode combinar com beijo, com cama, com filme, com pipoca, com parque, com abraço, com sorriso, com festa, com viagem, com cafuné.
Pode ter gosto de brigadeiro de panela, de sorvete de pistache, de jujuba, de sashimi ou de bala 7Belo.
Pode ter cheiro de chuva, de algodão-doce, de pipoca Garrett.
Amor tem a ver com carinho, respeito, lealdade, admiração, igualdade, parceria.
Essas são as minhas faces do amor. As suas podem ser outras.
Mas existe o tempero que é indispensável. Para mim. Para você. Para qualquer um.
A reciprocidade é o ingrediente que "dá a liga".
Ah, que dueto harmônico!
Amor correspondido é tão bonito que sempre tem alguém tirando pedacinhos dele do peito para compartilhar sua magia em frases, textos, poemas, músicas.
Penso que viver algo assim deveria ser nossa maior ambição, porque com amor tudo flui, a engrenagem funciona e nos impulsiona para todo o resto. 
O amor nos dá fôlego, mesmo quando nos tira.
Mas de que valem todos esses devaneios sobre o amor se não sentimos o "amor dos amores"?
Na ânsia de amar, muitas vezes nos negligenciamos, nos doamos e nos esforçamos demais quando, notoriamente, é em vão.
Amor tem que ser troca justa, não esmola.
Amor de mão única não traz paz, alegria, aperto bom no peito.
Amor desse jeito nem merece levar esse nome, porque amor é sinônimo de coisa boa.
Não combina com dor, sofrimento, angústia ou qualquer outro sentimento ruim.
A gente vive, ri e sofre, cai e levanta, erra e aprende, e uma hora dessas se dá conta de que o amor, para merecer tal título, tem que ser bom, mesmo quando as coisas não vão tão bem. 
O que quero dizer com tudo isso é que antes de mais nada é preciso conhecer o amor primordial, aquele que é mais importante, pois é o mediador de todo sentimento que tenta se aproximar.
O amor-próprio é o primeiro que devemos conhecer e onde devemos fixar morada.
Ele cuida, protege e deixa claro que outro sentimento qualquer não é bem-vindo.
Só quando nos amamos temos a dimensão do amor que merecemos. 
Eu mereço muito e mereço sem fim.


By Milena Pelinson

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