"Faça escolhas!
Tenha um caso de amor com você mesma."
Augusto Cury
É verdade que há tempos o amor e eu não nos bicamos. Até tentamos em algumas oportunidades nos reaproximar, em vão.
Para mim, foi um desses términos de comum acordo. Decidimos, apenas, que estávamos bem assim. Ele lá, eu cá.
Fiz exatamente o que se faz quando se termina um relacionamento: desencanei e resolvi me divertir.
Com o passar dos dias, fui descobrindo que a liberdade é legal pra caramba, ao contrário da maioria dos homens que topam comigo no caminho, mas isso é tema pra outro texto.
A disputa até me pareceu injusta: liberdade x amor.
Por que escolher o sentimento que já me deu tanta dor de cabeça e no coração quando a liberdade está sempre de braços abertos, pronta pro abraço, para as viagens marcadas em cima da hora e para o barzinho no fim de tarde?
Acomodei-me nesse estilo de vida, e quando me dei conta, percebi que passei a boicotar as chances de relacionamentos que surgiam em meu caminho. Não me importei.
Mas veja bem, estar só pode ser normal para mim e para você, mas não para todo mundo.
Um dia, estava eu em minha zona de liberdade confortável, quando me perguntaram, em tom julgador, qual defeito eu escondia, porque não era possível estar solteira.
Despretensiosamente, gargalhei, mas sentindo um pouco de piedade dessas pessoas que não entendem que estar só é sempre uma escolha. Seja ela consciente ou não.
Não ficamos sós porque temos defeitos. Se assim o fosse, não existiriam relacionamentos.
Ficamos sós pelas decisões que tomamos no dia a dia.
Eu, em algum momento, escolhi me colocar em primeiro lugar. Decidi passar meu valioso tempo fazendo as coisas que gosto, sem muita firula. Sem dia, nem hora marcada.
Resolvi dar uma chance para o acaso, para o imprevisto, e descobri que a felicidade é mesmo algo praticável e não alcançável.
Parei de atrelar minha felicidade a alguém que pode me magoar e abandonar a qualquer tempo. Atrelei-a a mim.
Mas é claro que não desisti do amor. Estamos só dando um tempo. Amadurecendo, cada um no seu canto.
Qualquer hora dessas faremos as pazes e dormiremos numa deliciosa conchinha, pós-sexo selvagem de reconciliação.
Enquanto esse dia não chega, vou mantendo um caso de amor. Um caso de amor comigo mesma.
By Milena Pelinson
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