"Aprendi também que por mais que você queira muito alguém,
ninguém vale tanto a pena a ponto de você deixar de se querer."
Tati Bernardi
Há algum tempo percebi que não se deve passar a vida em busca do amor.
Como muitos, sabiamente, já poetizaram, é o amor que nos encontra.
O amor, ora, é vendaval, ora, sorrateiro. Ele pode chegar sem pedir licença, tirando o chão dos nossos pés, como pode sentar no sofá da sala, disfarçado de amigo.
O amor é consequência. O plantamos e, mais hora, menos hora, colhemos.
Amor é coisa linda e não estou aqui para contestar.
Mas coisa mais linda ainda é a vida. O presente. O agora.
Já cruzei com alguns amores na vida. E, sim, acho que podemos amar mais de uma vez, afinal amor é metamorfose, transforma-se, muda, renova. Amor, para mim, é sempre diferente, sem perder a essência.
Hoje, não vivo a expectativa que esse sentimento gera. Nada de frio na barriga, nem coração disparado, nem aquele aperto gostoso no peito quando, de repente, damo-nos conta de que existe alguém no mundo que amamos e que a recíproca é verdadeira.
Em contrapartida, desfruto da companhia de todas as outras pessoas que amo, e da chance de ser dona do meu nariz, o que é libertador.
Quando decido que passarei o fim de semana em casa, sozinha, de pijama a maior parte do tempo, vendo filmes, não sinto que estou perdendo uma oportunidade lá fora.
Ao contrário, nesses momentos, sinto uma gratidão enorme pelos percalços que fizeram com que eu desenvolvesse o melhor e mais importante dos sentimentos: o amor-próprio.
E me desculpem o palavreado, mas se amar é DuCaralho!
Quando você se ama, a vida ganhar cor. Fica mais leve.
Você não titubeia em recusar convites de pessoas que não te interessam, porque seu tempo é muito precioso para estar com alguém só para não ficar só. Sua própria companhia lhe é suficiente.
Quando você se ama, não guarda mágoas ou rancor quando lhe partem o coração. Você, simplesmente, aceita, porque, apesar dos seus defeitos, sabe muito bem que é uma pessoa fantástica, que fez sua parte e que merece sempre o melhor.
Novas histórias de um amor que quase deu certo surgem a cada minuto, e ninguém pode ser julgado culpado por não conseguir corresponder o sentimento do outro.
Se acabou, é sinal de que, em algum momento, algo melhor cruzará com você em alguma esquina/canto/rua/fila. E você, sabedora que a pressa é inimiga da perfeição, não se afoba. Junta os cacos, sobe no salto, veste um sorriso e vai ser feliz, porque a vida não espera você se recuperar de possíveis traumas.
Quando você se ama, só deposita expectativas em você. Isso porque essa "parada" de se amar é um tanto quanto viciante.
Queremos ser pessoas melhores. Queremos olhar para o espelho, que não é o convencional, mas o da alma, e nos orgulhar do que está refletido. Queremos transmitir coisas boas àqueles que amamos. Queremos fazer o bem, mesmo que minimamente. Queremos, enfim, estar satisfeitos em ser quem somos.
Esse processo de autoconhecimento nos transforma em pessoas inteiras e, talvez haja um requinte de ironia no que direi a seguir, mas, na minha opinião, quando nos tornamos "autossuficientes", é que aumentamos as chances de esbarrarmos com um amor que dará certo, justamente porque não se tratará de alguém que nos completará, mas que nos fará transbordar.
E quando encontramos um amor que transborda, é um grande prazer dar as mãos e formar um dueto para cantar - e compartilhar - a felicidade.
By Milena Pelinson
Sou fã assumida rs!
ResponderExcluirQuando você se ama, só deposita expectativas em você. Isso porque essa "parada" de se amar é um tanto quanto viciante.