Estou há muitos quilômetros de distância, mas graças à evolução tecnológica, consigo acompanhar um pouco da sua vida, através da tela do meu computador.
Vejo que está bem e feliz, ainda torcendo fervorosamente pelo seu time, e sinto uma pontada de inveja de quem tem o prazer de caminhar ao seu lado. De rir com você. De acompanhar sua vida de perto.
Claro que lhe desejo o melhor. É isso que as pessoas que amam fazem. Ficam felizes pelo outro, independente das circunstâncias.
Isso não quer dizer que eu não me imagine ao seu lado, às vezes.
Tivemos um infinito curto. Em número de dias, não em intensidade.
Você era - e se quisesse, voltaria a ser - o meu ponto de equilíbrio. Opostos que conviviam tão bem, encaixando-se naturalmente. Sem atritos. Apenas sorrisos.
E tenho que admitir que depois de você, fica difícil os olhos brilharem de novo.
Não pelo fato de eu duvidar que existam outras pessoas especiais. Devem existir. Estão por aí.
Só que com você, por mais complicado que tudo parecesse, era muito simples. E simplicidade é tudo que venho buscando há algum tempo.
Lembro de nós dois, tomando champanhe dentro do carro, em meio às ruas daquela cidade bonita. Quando reparei, o gelo estava dentro do saquinho plástico que usei para embrulhar seu presente. Eu ri. Você me olhou, e riu de volta, dando de ombros. Pelo menos não tomamos champanhe quente. E tínhamos taças.
Perambulamos pelas ruas, em busca de um destino. Estacionamos o carro, e você me pediu para não esquecer onde o deixamos. Eu, não tão sóbria, encarei a placa da rua, forçando minha mente a memorizar. Honduras, altura do n. 2300.
Uma vez, arrisquei a cozinhar para você (talvez tenha sido esse o meu erro...haha..não tem graça). Pedi que me levasse alguns ingredientes. Você chegou no horário em que eu já estaria comendo. Olhei para você e disse que daquele jeito íamos jantar lá pela meia-noite. Em resposta, recebi um sorriso, seguido do seu português meio enrolado e charmoso (porque não bastava você ser o que sempre procurei, você ainda fala minha língua melhor que muito brasileiro): Mel, não "faz" problema. Você tem que ir para algum lugar depois? Tem compromisso?.
Como não sorrir de volta?
Memórias de dias felizes.
Pequenos bons momentos. Apenas pequenos bons momentos, que dão um gosto especial à vida.
Talvez, meus maiores impulsos de paixão tenham sido destinados a você.
E, agora, olhando uma de nossas fotos, vejo que nada foi em vão. Faria tudo de novo. Mil vezes.
Como se arrepender se, como recompensa, vivi dias felizes?
Dias muito felizes.
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