Sempre fui sensível. E é uma droga.
Nunca consegui ganhar uma discussão contra meus pais, porque a raiva me faz chorar, fazendo minhas chances de vitória e de parecer sensata escorrerem "lágrimas abaixo".
Minha mãe sempre disse que eu deveria ser atriz. Da Globo (mas eu acho que faria mais sucesso nos dramas da TELEVISA). Falava que a parte de chorar seria fichinha para mim.
Pensando agora, acho que deveria ter encarado isso como um conselho e tentado a sorte.
Pensando agora, acho que deveria ter encarado isso como um conselho e tentado a sorte.
A verdade é que não consigo me controlar. Minhas glândulas lacrimais trabalham em ritmo de linha de produção e, em tantos anos de convivência, já me conformei de que serão sempre umas filhasdaputa insubordinadas.
Take it easy, eu digo. Take it easy, eu repito, sem sucesso.
Eu choro quando estou com raiva. E quando estou nervosa. E ao me deparar com um comercial-texto-cena bonita. Eu choro até com o episódio em que o Chaves é expulso da Vila.
É isso aí, eu choro além da conta.
E não sei o porquê de compartilhar isso hoje, mas desconfio que seja por estar com um conflito interno pendente e, então, fico emotiva.
Mas não quero lidar com esse conflito agora, então escrevo.
Escrever sempre foi minha válvula de escape. Vou rascunhando furiosamente, deixando toda a emoção pular para as linhas do meu caderno. E alivia tanto.
Quando escrevo, exponho o meu lado que deixo em casa ao levantar para encarar a vida.
Mas não vim aqui para falar da minha paixão por escrever. Quem sabe outro dia?
Hoje o assunto é outro. Mas não vou chorar. Vai borrar minha maquiagem.E me deixará com olheiras. E estou tão bonita hoje.
Olho pra cima, dou umas piscadas rápidas.
Passou.
By Milena Pelinson
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