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Mais laços, menos nós

Ela sempre foi a favor das sinceridades. Sempre acreditou que verdades, por mais difíceis e doloridas que possam ser, no fundo trazem algo de bom para todos os envolvidos.
Nunca sentiu necessidade de alimentar a vaidade quando algum amor antigo voltava, após anos, se declarando. 
Tampouco sentia vontade de tripudiar em cima do sentimento alheio. É uma pessoa despida de mágoas. De ressentimento. 
Optou pela verdade. Via-se na obrigação de desatar esses nós, para que eles seguissem em frente. 
Algumas pessoas acham que ela não precisa de um grande motivo para decidir tomar outro rumo. Ou para não voltar atrás. Talvez seja isso mesmo. Ou não.  Na verdade, só ela pode mensurar o que lhe é grande. O que é capaz de suportar.
Ela,  no fundo, só é do tipo que não quer desperdiçar o tempo com nada complicado. Chegou naquela fase de achar que só dias de paz valem a pena. Só tem tempo para abraços e  carinhos. Beijos e risadas. E para as outras coisas boas que a vida tem a oferecer.
Por isso ela se liberta de tudo que lhe possa causar rugas de preocupação. Daquilo que lhe tira o riso. De tudo que não deu certo.
E, em recompensa, é privilegiada com lindas oportunidades de firmar laços verdadeiros.
Porque laços, em qualquer sentido da palavra, são mais bonitos que nós. E se isso não é um argumento convincente, basta reparar em como eles sempre acompanham algum tipo de presente.

By Milena Pelinson

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