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Clichê de despedida do Ano Velho

Dois mil e treze, venho através do presente, primeiramente, confessar que lhe julguei antes mesmo da sua chegada.
Encarar trânsito no dia 1º para trabalhar no primeiro dia útil, tendo que lidar com mudanças significativas, já eram motivos suficientes para eu detestá-lo em silêncio.
Como a convivência era inevitável, passei a me esforçar para enxergá-lo com bons olhos e torná-lo um ano tão maravilhoso e memorável quanto meu querido e amado dois mil e doze.
E, hoje, fazendo um balanço geral, posso dizer que você me surpreendeu positivamente.
Não cumpri todas as metas, como viajar para outro país, economizar, trocar de carro e voltar para a academia. Entretanto, em contrapartida, conheci, nas viagens que fiz, gente de bem, que guardarei no coração. Gente que já fui visitar e que veio me visitar, também. Gente com quem ri, bebi e dancei. Gente que se abriu comigo e riu dos meus tombos (isso mesmo, mais de um).
Não fiz academia, mas curti Muay Thai e corrida, por um tempo.
Todo dinheiro que não economizei, gastei comendo, bebendo, dançando, viajando, vendo, revendo e conhecendo pessoas. E sorrindo. E rindo. E gargalhando.
Essa retrospectiva mental me faz perceber que meus planos com você, dois mil e treze - com exceção da viagem internacional - eram demasiados pequenos, comparados aos momentos vivenciados, que serão sempre recordados com tanto carinho.
Como na vida nem tudo são flores, obviamente passei por fases difíceis, vividas e superadas sempre com um sorriso estampado, pois tudo fica mais leve quando sabemos rir de nós mesmos. 
Serenidade é a palavra que rege minha vida neste dois mil e treze de altos. E baixos. De doçura. E amargura.
A essa altura do campeonato, sinto-me orgulhosa pelas decisões tomadas; por ter me afastado de quem não agregava; pela compreensão, sem rancor, com aqueles que resolveram se afastar de mim; pelo modo como conduzi as situações com as quais me deparei ao longo da jornada; por ter me libertado das máscaras e percebido que a autenticidade faz com que eu seja uma pessoa muito mais agradável e feliz; por ter voltado a escrever, colocando sentimentos, opiniões e pensamentos, muitas vezes reprimidos, em textos com os quais tantas pessoas se identificam e elogiam; por ter aberto meu coração, sem medo de o despedaçarem; por ter entendido que os problemas nunca são permanentes e que esmorecer e perder a calma não os resolvem.
Por fim, dois mil e treze, você me mostrou que quando permitimos que o amor seja o sentimento predominante em nossas vidas, pensamentos e ações, não há mal que nos atinja, não há problema insolúvel, nem ninguém capaz de nos tirar a paz.
E por todo o aprendizado, tenho que ser, no mínimo, grata. Sem os obstáculos surgidos, eu não teria crescido tanto.
Agora, preparo-me para nossa despedida, com muitos planos a serem concretizados, com muitos sorrisos para distribuir e com a certeza da colheita de bons frutos no ano que estar por vir. 

By Milena Pelinson

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