"Quero a delícia de poder sentir as coisas mais simples." - Manuel Bandeira
Pássaros sempre rodearam minha janela pelas manhãs, formando um coral matinal de vozes de variadas espécies. Sempre gostei de ouvi-los. Agora, porém, aprecio a sonoridade do canto e, por vezes, atraso-me por estar envolvida nesse espetáculo que me abençoa diariamente.
Enquanto dirijo, vejo-me cantando alto uma música carregada de boas memórias. Noto que passei a observar, com um sorriso no rosto, tudo que está no caminho: o cachorro correndo, com olhar travesso, na frente de seu dono; o casal de senhores de mãos dadas, andando lentamente; a criança no colo da mãe, indo para a creche; o trajeto verde, que contrasta e, ao mesmo tempo, complementa o céu azul e sem nuvens.
Questiono-me o motivo de, tão de repente, esse bem-estar ter me invadido e busco palavras que definam, fielmente, essa sensação pela qual venho sendo tomada.
É mais do que paz interior. Que conscientização.
Talvez, meus sintomas retratem aquilo que passamos a vida toda almejando: a felicidade. Simples. Pura. Fidedigna.
Portanto, meu desejo hoje é que eu continue a me ater à beleza das coisas que acontecem ao meu redor. Que eu seja agradecida pelos amigos e pelas parcerias que são feitas ao longo da vida, tornando-a mais leve, divertida e significativa. Que esse bem-estar não escorra por entre meus dedos e que seja parte integrante do meu dia a dia.
É, desconfio, mesmo, que esteja aí o segredo da felicidade, como tanto já foi dito, escrito e poetizado: nas coisas simples.
By Milena Pelinson
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