"Daqui há alguns anos você estará mais arrependido pelas coisas que não fez do que pelas que fez. Então solte suas amarras. Afaste-se do porto seguro. Agarre o vento em suas velas. Explore. Sonhe. Descubra." - Mark Twain
E se me perguntarem se me arrependo de colecionar tantos relacionamentos falidos, de ter passado noites aos prantos por quem não merecia sequer meu sorriso, quiçá minhas lágrimas ou não ter me casado quando a paixão me arrebatou pela primeira vez, eu respondo "claro que não". Mil vezes. Bem alto.
A vida está aí para errar e aprender, não para se arrepender.
Nenhuma relação é em vão. Cabe-nos ter sabedoria para enxergar e expelir dela o que nos fará crescer. Amadurecer. Ser melhores.
A bagagem que carrego é parte do que me tornei, então, ao invés de arrependimento, sinto gratidão.
Sou grata, sim, por ter dado a cara à tapa e, ao coração, experiências.
Após tantas tentativas, relacionamentos findados, choros, sentimentos e ressentimentos, hoje sei, exatamente, o que espero do amor. Está nítido. Transparente. Límpido.
Mais do que isso, agora sei, perfeitamente o que devo oferecer.
Percebi, com o tempo, que nós complicamos o amor. E o amor não pode ser algo complexo, mas, sim, simples. Leve. Que chegue trazendo paz e certeza. Que flua naturalmente.
Compreendi que não existe amor duradouro sem parceria. Ela é um dos elementos básicos, mas fundamentais para dar "liga" a essa receita deliciosa.
Afinal, qual o sentido de caminhar junto se, no fundo, se está só?
Afinal, qual o sentido de caminhar junto se, no fundo, se está só?
Entendi que amar é desbravar rumo ao desconhecido. Explorar o que o outro tem a oferecer e, em troca, entregar tudo o que temos de melhor. E bonito. E sincero.
Amor é troca. Se não for troca, não agrega. E se não agrega, esvai-se. É só uma questão de tempo.
Descobri que o amor não pode ser egoísta. É desejar ao outro a mesma felicidade que almejamos para nós. É ter vontade de proporcioná-la, de fazer parte dela.
Amor é saber fazer concessões. É ponderar. É ter a humildade de se colocar no lugar do outro. De se permitir abrir os olhos para enxergar outro ponto de vista.
Amor, de fato, é coisa de gente valente. De gente autêntica. Quem não consegue expor seus sentimentos, guardando-os no porão do coração, só afasta quem se ama.
Amar, concluí, finalmente, não é uma disputa de egos. É não esperar - nem desejar - ser colocado em um pedestal, onde o outro passe a te idolatrar, porque amar não tem nada a ver com estar acima ou abaixo. Amar é estar ao lado. Sempre.
E tendo aprendido tanto, crescido tanto, melhorado tanto, é que digo que se me perguntarem se tenho guardado alguns arrependimentos, responderei "claro que não". Mil vezes. Bem alto.
By Milena Pelinson
Tão eu! Adorei o texto!
ResponderExcluir