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Amor de primavera

"Não há amor generoso senão aquele que se sabe ao mesmo tempo passageiro e singular." - Albert Camus

Estava eu, em meu marasmo sentimental. Nenhum vento soprando com força capaz de balançar meu coração.
Meu olhar, apesar de alegre, não tinha brilho. Aquele brilho que só surge quando nos deparamos com algo, realmente, especial.
De repente, você invade meu mundo. Não sutilmente. Claro que não.
Você chega como um furacão, abalando minha estrutura. Rendo-me e deixo meus pés saírem do chão. Sou arrastada rumo ao céu.
Apesar da impetuosidade, você chegou cheio de gentilezas. Carinho. Atenção. 
Envolvo-me completamente. É inevitável. Estou entregue.
Você trouxe o brilho que faltava ao meu olhar. O sorriso bobo que faltava ao meu rosto. A esperança de dias melhores, há tempos esquecida.
E, então, você diz que vai embora. Duas ou três palavras apenas, mas suficientes para deixar meu mundo, antes pintado com cores alegres e neons, preto e branco. Nublado. 
Mas não me deixo abalar. Faço planos que não sei se serão concretizados. Crio um mundo particular em minha imaginação, onde estamos sempre juntos e felizes.
Você é meu amor. Não de verão. De primavera. 
Chegou floreando meus dias e deixando minha vida com sabor de algodão doce. De jujuba. De brigadeiro de panela.
Amores passageiros, por mais tristes que pareçam ser, deixam um gosto bom. 
Eles não findam. São apenas interrompidos. 
Por isso, sempre deixam a sensação de que as coisas poderão,  a qualquer momento, se encaixar. 
Talvez não hoje, nem amanhã, mas algum dia. Eu espero.

By Milena Pelinson
Retratando a história de uma amiga especial.

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